Bio
Morena Cardoso é terapeuta corporal, mestre em psicologia clínica, feminista antirracista e anticapitalista, mãe de seis (dois nascidos). Escritora, autora dos livros Manifesto Crisálida e A Menina que virou Lua - publicado em quatro idiomas -. Ceramista, bordadeira e flautista nas horas largas.
Em sua errância caminante, por mais de uma década de peregrinação “corpo adentro e mundo afora”, buscou por valores e princípios essenciais à vida que quer mais vida - vozes silenciadas, narrativas e sujeitos sociais invisibilizados, saberes há muito esquecidos - derramados pelo caminho em nossa jornada como humanidade. Se afastou das convenções, doutrinas, espaços higienizados e institucionalizados, para se esvaziar, experimentar no corpo pulsante o seu estudo, fazer desse substrato a sua formação. Em invadir o meio acadêmico como mestre em Psicologia Clínica pelo Núcleo de Estudos da Subjetividade - PUC/SP, Morena reivindica novas-velhas epistemologias, que produzem conhecimento desde as vísceras, desde o centro dos ossos… desde a caverna escura do útero - lugares esses de onde as memórias não podem ser negociadas.
O resultado de suas investigação confluiu no que é (sempre sendo) hoje a DanzaMedicina, um trabalho que percorre mais de uma dezena de países - com mais de 600 alunas em trabalhos presenciais e outras 5 mil participantes em cursos virtuais - instigando e regenerando mulheres através de experimentais teceduras: entre retalhos de dança, arte, enfrentamento, respiro profundo, transgressão e poesia.
mulher latino-americana, de alma inquieta e medicina agridoce. Feita de clarices e bethânias. meu mar de dentro não tem fundo.
A DanzaMedicina começou a pulsar em 2007, no que chamo de um rito de iniciação, na montanha Annapurna II, no Nepal. Subi os Himalaias como uma aspirante à sommelier, na época vivendo em Paris, e desci disposta a buscar por modos outros de existir e me habitar.
Iniciei meus estudos pela escola de meditação vipassana na linhagem de S.N. Goenka, tradição de Sayagyi U Ba Khin, no norte da França; Percorri a Amazônia brasileira em busca de suas medicinas, ao encontro dos povos Huni Kuin, Ashaninka, Yawanawá, e mulheres indígenas da resistência e da cura, como Putanny e Dona Francisquinha; nos Andes Peruanos fui iniciada na tradição ancestral do Munay-ki, por anos sequenciais testemunhei o encontro de Abuelas no Vale Sagrado, Warmi Tinkui; Nas Cordilheiras Asiáticas estudei medicina tibetana e fiz formação em Hatha Yoga às margens do Ganges, pela linhagem de Shivananda na Índia; Nas florestas antigas do Leste Europeu fui tocada pelo magia dos ritos nativos do xamanismo mongoliano com o professor Emil Nuna, da Romênia; Nos Estados Unidos me sentei em cerimônia com mulheres-medicina como Sweet Medicine Nation e Grandmother Sarah Bicknell; Com a Colombiana Paola Parra, acompanhei as amorosas cerimônias do cacau de IxCacaona pela tradição Maia; Fui batizada pelo nome de Tlazolteotl na Danza de la Luna em Teotihuacan, como Temazcalera pela tradição do Camiño Rojo de Ollintlahuimeztli junto à Abuela Malinalli; Fui iniciada na parteria tradicional pela mexicana Naoli Vinaver, acompanhando gestações, partos e puerpérios; Tive Komala Lyra como minha professora na dança arquetípica dos quatro elementos através dos estudos da Ayurveda; Com a Elder Heloísa Porto vivenciei os métodos de Spirit Releasement Therapy e Holodynamics, além de ritos ancestrais da tribo africana Dagara de Burkina Fasso. Por Rosângela Silvestre adentrei à Simbologia dos Orixás, em dança e rezo. Meu mergulho no Butoh aconteceu com os professores Tadashi Endo, Yumiko Yoshioka, Ana Medeiros, Hiroshi Nishiyama. Junto à Suely Rolnik, como minha orientadora, venho dando palavras aos sentires da dança enquanto ferramenta clínico-política (…) para mencionar alguns - dos muitos que fazem parte de quem me torno.
“Me surpreendeu profundamente a capacidade da Morena em nos empurrar para a tempestade, nos apoiar através de poderosas experiências e depois nos guiar de volta em segurança. Esta jornada permitiu que feridas fossem abertas, curadas e cicatrizadas. Eu pude finalmente sentir alegria, gratidão e amor fluindo do meu coração novamente."
Claudia Nemes, Romênia
"Eu me sinto honrada em ter participado de seu retiro em Joshua Tree, foi uma experiência profundamente transformadora. Morena é uma xamã, a alquimia perfeita entre poder de cura ancestral, conhecimento, sabedoria interna, dor, alegria, paraíso e inferno, tudo ao mesmo tempo. Ela é tudo o que você precisa para praticar ser você mesma, para resgatar a sua medicina e entrar em contato com quem você realmente é.”
Debora Frazao, Estados Unidos
"Chorei dores, vergonhas, medos e culpas muito íntimas. Me despir na frente de outras mulheres e de mim mesma, me trouxe à tona um choro contido por anos. Solucei e me entreguei aos cuidados de outros colos. Me permiti ser vulnerável. O enraizamento atento e generoso da Morena, de perceber cada mulher e criar possibilidades de expressão em suas diversidades e singularidades, foi fundamental para criação de um campo seguro.”
Luiza Lima, Brasil